À Procura de um Final Feliz.

sábado, 23 de outubro de 2010 às 22:49
Tenho quase 20 anos, algumas dívidas, um caso grave de troca da noite pelo dia e hoje assistindo um episódio de uma série às 3 da madrugada me lembrei dos meus 16 anos. Falarei sobre a cena e para não fazer spoiler não direi o nome dela: era uma homem que tinha acabado de se separar oficialmente e tentava não desabar, mas aí teve uma hora que ele não resistiu e não parou de chorar. Lembrei de quando isto aconteceu comigo e foi terrível a lembrança, pois não doeu tanto quanto doeu naquele momento, mas hoje eu reparei que ainda dói.

Uma amiga minha também terminou com o namorado, o primeiro namorado dela, está bem triste e fica me falando que: sente falta; quer voltar; quer sair e pegar todo mundo; não quer mais pensar, porque tudo o lembra. Eu lhe dei o seguinte aviso: “Você nunca irá esquecer esta dor, você sempre terá este fardo para carregar, esta tristeza nunca sumirá, mas com o tempo ela diminuirá. Você um dia estará melhor e feliz, mas ainda assim lembrará este romance e se perguntará como poderia ter sido tudo diferente.”


Só reparei no peso destas palavras hoje, elas também se aplicam a mim e finjo por trás da minha pretensa canalhice que eu estou imune a elas. Acho que nunca me apaixonei de lá pra cá e minha cabeça criou uma muralha que não me sinto confortável para derrubar e duvido que deixarei alguém derrubar. Por trás também da minha completa sinceridade há tanta mentira que eu nem consigo pensar em mudar isto. Já é um sistema de autodefesa que não pretendo tirar.


Mesmo sabendo que é ruim e dói demais, queria sentir isto de novo, porque esta frustração não é pelo fim do namoro, nem por motivos negativos, na verdade é porque tenho que me acostumar com o fato de que aquela felicidade acabou e que preciso voltar à luta e procurar outra. E sentir isto de novo seria uma prova de que agora eu ganhei mais memórias ou melhor ainda, que consegui outras felicidades.


Não me tornei um padre ou um celibatário! Claro que tentei e foram tiros n’água, alguns sem importância, outros com um alto grau de experiência adquirida e outros que quase deram boas lembranças. Mas enquanto não destruo minha fortaleza ou encontro alguém para dinamitá-la, provavelmente continuarei com apenas antigas lembranças.

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